quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Fundamentalismo Cristão


 Paulo Brasil
fundamentalismo cristao"Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos."
(Judas 1:3)
Num cenário onde todos se julgam capazes de opinar, e onde os conceitos seculares passaram a usufruir de prestígio junto às religiões humanas (catolicismo romano, espiritismo, evangelicalismo e demais), o Cristianismo Bíblico precisa apresentar (reestabelecer) seus verdadeiros conceitos, sob pena de ser confundido com as demais.

Esta argumentação não apresenta abordagem da formação histórica do fundamentalismo, sobre o que se opunha, quais os benefícios ou melefícios advindos dele.

O propósito é apresentar o que realmente é fundamentalismo cristão.

O QUE É FUNDAMENTALISMO CRISTÃO?

Não podemos responder sem que antes passemos a conhecer alguns conceitos de acordo com sua etimologia, afastando-nos dos valores seculares.

Fundamentalismo, em síntese, é a defesa, com convicção, dos ensinos cristãos que foram estabelecidos ao longo da história. Ao longo da história implica em tradição, tradicionalismo.

Necessário é entender que tradicionalismo, contrário ao que o nosso raciocínio nos leva a pensar, não é aquilo que se estabeleceu apenas pela persistente conveniência de alguns, ou ainda pelo hábito religioso de outros à parte da história. Pelo contrário...

TRADICIONALISMO é tudo que se perpetrou ao longo da história da fé cristã por meio da aplicação de ensino claro das Escrituras, portanto, com fundamento na história.

Assim, o tradicional tem fundamento, que são as Sagradas Escrituras.

FUNDAMENTALISMO é acreditar, viver e defender as verdades apresentadas pelas Escrituras.

Outra caracterítica associada ao fundamentalismo é o radicalismo.

RADICALISMO significa ter raízes. Não significa brutalidade ou falta de educação. Adequando-o ao nosso contexto, significa ser maduro, convicto.

Fundamentalista é aquele que crê que toda verdade (espiritual) está apenas nas Escrituras, e que não é demovido desta convicção. Mas que, para defendê-la, não faz uso da força, ofensas, etc. Tampouco acredita que sua argumentação logrará êxito sem a intervenção de Deus.

Em seu radicalismo, entende, sem dificuldades, que todos os demais têm direito às suas convicções, mesmo que as saiba falsas, inóquas.

E A ESCRITURA COM SUAS MÚLTIPLAS INTERPRETAÇÕES?
Mas como podemos saber qual é a verdade se as Escrituras têm várias interpretações?

Este argumento é próprio de quem nunca leu as Sagradas Letras. Quando o ouço, percebo na frase uma auto confissão de ignorância do assunto. É, rigorosamente, falta de argumento. Desconheço a experiência de abrir a Palavra com os representantes da frase. Sempre se esquivam, adicionando outros assuntos, ou comentários, para depois baterem em retirada.

Havendo uma única verdade, a seletividade dos pares para desenvolver ações cooperativas é uma exigência. O seu traço particular está na rejeição de ações cooperativas com pessoas ou grupos que estabeleçam seus valores sem submissão à verdade.

Isto não implica em inimizade, ofensas ou confrontos desnecessários, apenas na não-cooperação. Ocorre na separação de grupos ou pessoas que defendem posições contrárias às Santas Letras.

Fundamentalismo não se estabelece por meio de lutas ou perseguições, mas, simplesmente, pela não-cooperação em projetos que implicam na negação dos valores fundamentais da fé cristã.

EXIGÊNCIA FUNDAMENTALISTA
Para que tais atitudes sejam empreendidas, exige-se maturidade e, com ela, responsabilidade. Ambas, maturidade e responsabilidade, advêm do conhecimento (convicção) da verdade. É uma evidência de fundamentalismo.

FALSIDADE FUNDAMENTALISTA
Os apóstatas procuram tirar de sobre si as suas marcas, e correm para esconderem-se sob qualquer perfil religioso. Assim, é comum observarmos pessoas (muitas vezes sinceras) que saem em defesa de posições pretensamente fundamentalistas:

• Defender (até com ardor) apenas prática litúrgica;
• Pertencer a uma “elite espiritual”;
• Pertencer a uma igreja;
• Ardor interior, mas sem convicções;
• Isolar-se (de forma soberba) por nunca achar seus pares.

Há perigos na proposta fundamentalista quando não tem seu correspondente espiritual. Aquilo que deveria ser uma conduta responsável, acadêmica e espiritual, passa a ser uma defesa partidária em torno de grupos ou de ideias pessoais.

Muitos fazem “seu próprio fundamentalismo”, que nada mais é que uma expressão partidária. Seus defensores, em grande número, são tolerantes e, não poucas vezes, co-participantes do pecado de seus pares.

Há outros que se agridem, defendem-se, acusam-se, separam-se e unem-se movidos por um ideal meramente humano, sem a devida observação da Palavra do Senhor.

É a esta prática que chamam falsamente de fundamentalismo. Aquilo que deveria ser a defesa radical (conhecimento e prática) dos valores fundamentais da fé cristã, perdeu-se em seu radicalismo, separou-se da verdade, ficou vazio, sem conhecimento, sem averiguação, sem fundamentos.

CONCLUSÃO
O fundamentalismo, segundo o mundo, é retrógrado, brutal e sem conhecimento. Praticá-lo implica em fazer parte de grupos a serem evitados.

Pergunto:

Há outra forma de viver dignamente o Cristianismo?
Como não defendê-lo com convicção (radical)?
É uma forma de completarmos os sofrimentos do Senhor. É um privilégio dado pelo Senhor, nos permitir conhecê-lo, Sua verdade, e podermos vivê-la em mansidão.

É a pronta resposta para todo aquele que pedir a razão da esperança que há em nós. Sendo mandamento bíblico, devemos fazê-lo por meio de expressões espirituais: amor, longanimidade, benignidade, mansidão, domínio próprio.

Que o Senhor seja louvado.

A Ele honra, glória e louvor por toda eternidade.

Fonte: Através das Escrituras

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A autoridade da Palavra de Deus

https://www.internautascristaos.com/textos/artigos/3-caracteristicas-da-pregacao-expositiva

3 características da pregação expositiva

 Artigos
 Albert Mohler Jr.
A pregação expositiva autêntica é marcada por três características distintas: autoridade, reverência e centralidade. A pregação expositiva é autoritativa porque se firma sobre a própria autoridade da Bíblia como a palavra de Deus. Tal pregação requer e reforça um senso de expectativa reverente por parte do povo de Deus. Por fim, a pregação expositiva demanda uma posição central na adoração cristã e é respeitada como o evento pelo qual a palavra viva de Deus fala com Seu povo.

Uma análise cuidadosa de nossa era contemporânea foi feita pelo sociólogo Richard Sennet, da Universidade de New York. Sennet nota que, em tempos passados, uma grande ansiedade da maioria das pessoas era a perda da autoridade governamental. Hoje a mesa virou, e as pessoas modernas ficam ansiosas por conta de qualquer autoridade sobre elas: “Agora tememos a influência da autoridade como uma ameaça a nossas liberdades, na família e na sociedade em geral”. Se as gerações anteriores temiam a ausência de autoridade, hoje vemos “um medo da autoridade, quando ela existe”.

Alguns especialistas em homilética sugerem que os pregadores deveriam simplesmente abraçar essa nova cosmovisão e desistir de afirmar terem uma mensagem autoritativa. Aqueles que perderam a confiança na autoridade da Bíblia como a palavra de Deus tem pouco a dizer e nenhuma autoridade em sua mensagem. Fred Craddock, uma das figuras mais influentes no pensamento homilético recente, descreve de forma pontual o pregador atual como “alguém sem autoridade”. O retrato que ele pinta dos predicados do pregador é assustador: “O velhos pregos e parafusos enferrujam no casco enquanto o ministro tenta guiar seu povo pelas águas pantanosas das relatividades e possibilidades”. “Não é mais possível ao pregador pressupor o reconhecimento geral de sua autoridade como clérigo, ou a autoridade de sua instituição, ou a autoridade da Escritura”, Craddock argumenta. Resumindo a situação do pregador pós-moderno, ele relata que o pregador “se questiona seriamente se deveria continuar provendo monólogos em um mundo dialógico”.

A questão óbvia a se fazer à análise de Craddock é essa: se não temos qualquer mensagem autoritativa, por que pregar? Sem autoridade, o pregador e a congregação estão envolvidos em uma perda de tempo massiva. A própria ideia de que a pregação pode ser transformada em um diálogo entre o púlpito e os bancos indica a confusão de nossa era.

Em contraste com isso está o tom de autoridade encontrado em qualquer pregação expositiva. Como Martyn Lloyd-Jones nota:

Qualquer estudo da história da igreja, e particularmente qualquer estudo dos grandes períodos de reavivamento, demonstra acima de tudo esse único fato: que a igreja cristã durante todos esses períodos falou com autoridade. A grande característica de todos os reavivamentos tem sido a autoridade do pregador. Parecia haver algo novo, extra e irresistível naquilo que ele declarava em nome de Deus.

O pregador se atreve a falar em nome de Deus. Ele sobe ao púlpito como um mordomo “dos mistérios de Deus” (1 Coríntios 4:1) e declara a verdade da palavra de Deus, proclama o poder dessa palavra, e aplica a palavra à vida. Esse é certamente um ato audacioso. Ninguém deveria sequer contemplar tal empreitada sem ter confiança absoluta em um chamado divino para pregar e na autoridade imaculada das Escrituras.

Em última análise, a autoridade suprema da pregação é a autoridade da Bíblia como palavra de Deus. Sem essa autoridade, o pregador está nu e calado perante a congregação e o mundo que o assiste. Se a Bíblia não é a palavra de Deus, o pregador está envolto em um ato de auto-ilusão ou pretensão profissional.

Permanecendo na autoridade da Escritura, o pregador declara uma verdade recebida, não uma mensagem inventada. O ofício do ensino não é um papel de aconselhamento baseado em experiência religiosa, mas uma função profética na qual Deus fala com seu povo.

A pregação expositiva também é marcada pela reverência. A congregação reunida perante Esdras e os outros pregadores demonstravam amor e reverência pela palavra de Deus (Neemias 8). Quando o livro era lido, o povo se levantava. Esse ato de se levantar revela o coração do povo e seu senso de expectativa conforme a palavra era lida e pregada.

A pregação expositiva requer uma atitude de reverência por parte da congregação. Pregação não é um diálogo, mas envolve pelo menos duas partes – o pregador e a congregação. O papel da congregação na pregação é de ouvir, receber e obedecer a palavra de Deus. Ao fazê-lo, a igreja demonstra reverência pela pregação e ensino da Bíblia e entende que o sermão traz a palavra de Cristo para perto da congregação. Isso é verdadeira adoração.

Por falta de reverência pela palavra de Deus, muitas congregações se veem em uma busca frenética por significado em sua adoração. Cristãos saem do culto perguntando uns aos outros: “você entendeu alguma coisa daquilo?”. Igrejas realizam pesquisas para medir as expectativas: vocês gostariam de mais música? De que tipo? E teatro? Nosso pregador é criativo o suficiente?

A pregação expositiva requer um conjunto de questões bem diferente. Eu vou obedecer a palavra de Deus? Como eu preciso moldar meu pensamento à Escritura? Como eu devo mudar meu comportamento para ser plenamente obediente à palavra? Essas questões revelam submissão à autoridade de Deus e reverência pela Bíblia como sua palavra.

De forma semelhante, o pregador deve demonstrar sua própria reverência pela palavra de Deus ao lidar de forma fiel e responsável com o texto. Ele não deve ser irreverente ou casual, muito menos desrespeitoso ou arrogante. Disso estamos certos, nenhuma congregação reverencia mais a Bíblia do que seu pregador.

Se a pregação expositiva é autoritativa, e se demanda reverência, ela também deve estar no centro da adoração cristã. Um culto propriamente direcionado para a honra e glória de Deus encontrará seu centro na leitura e pregação da palavra de Deus. A pregação expositiva não pode receber um papel secundário no ato da adoração – ela deve ser central.

Durante a Reforma, o propósito que movia Lutero era o de restaurar a pregação ao lugar apropriado na adoração cristã. Se referindo ao incidente entre Maria e Marta em Lucas 10, Lutero lembrou sua congregação e os estudantes sob ele que Jesus Cristo declarou que “uma só coisa” é necessária, a pregação da palavra (Lucas 10:42). Assim, a preocupação central de Lutero era de reformar a adoração nas igrejas ao reestabelecer nelas a centralidade da leitura e pregação da palavra.

A mesma reforma é necessária no evangelicalismo atual. A pregação expositiva deve mais uma vez ser central na vida da igreja e central na adoração cristã. No fim, a igreja não será julgada pelo Senhor pela qualidade de sua música, mas pela fidelidade de sua pregação.

Quando os evangélicos de hoje falam casualmente da distinção entre adoração e pregação (dizendo que a igreja vai desfrutar de uma oferta de música antes de acrescentar um pouquinho de pregação), estão acusando o golpe de sua falta de entendimento tanto de adoração quanto do ato da pregação. Adoração não é algo que fazemos antes de nos sentarmos para ouvir a palavra de Deus; é o ato pelo qual o povo de Deus dirige toda sua atenção para o único vivo e verdadeiro Deus que fala com eles e recebe seu louvor. Deus é louvado da forma mais bela quando seu povo ouve sua palavra, ama sua palavra e obedece sua palavra.

Assim como na Reforma, o corretivo mais importante para nossa deturpação da adoração (e defesa contra as demandas consumistas correntes) é o retorno correto da pregação expositiva e da leitura pública da palavra de Deus à primazia e centralidade na adoração. Apenas assim a “joia perdida” será verdadeiramente redescoberta.

Fonte: Reforma 21

O que a pandemia nos mostrou?

Cito pelo menos 10, mas existem outras mais.. 1) Que ser um cristão não é estar dentro de um lugar apenas, 2) Que a vida cristã acontece fo...